Paris em casal: nossa experiência inesquecível na Cidade Luz
- Mariana Mazzolani
- há 1 dia
- 18 min de leitura
Paris é aquele destino que dispensa apresentações, mas quando se vive a cidade com tempo, disposição e o olhar apaixonado de quem está ao lado de quem ama, tudo ganha outra dimensão. Mais do que uma capital charmosa, Paris nos presenteou com momentos únicos, cheios de beleza, cultura e pequenos prazeres que fizeram dessa viagem algo que vamos guardar para sempre.
Neste post, dividimos com você nosso roteiro completo de Paris, com dicas práticas e, claro, aquela visão pessoal de tudo o que vivemos: desde onde nos hospedamos, como nos locomovemos, os lugares que mais nos emocionaram e onde comemos super bem.
Como nos locomovemos por Paris
Se tem uma cidade que foi feita para andar, essa cidade é Paris. Ainda assim, usamos bastante o metrô e outros meios de transporte, e vamos contar aqui como foi essa logística, se compramos passes, o que funcionou melhor e nossas impressões sobre a mobilidade na cidade.
Como usar o metrô em Paris: prático, rápido e essencial
O metrô de Paris é, sem dúvida, o jeito mais eficiente de se locomover pela cidade – especialmente se você quer explorar bastante sem gastar muito tempo (ou energia) caminhando de um ponto ao outro.
A cidade é servida por 14 linhas principais (numeradas de 1 a 14), além de algumas linhas menores (3bis e 7bis). Todas são bem conectadas e passam pelos principais pontos turísticos.
Como entender as linhas e direções
Cada linha tem uma cor e número próprios, e as direções são indicadas pelo nome da última estação de cada sentido. Por exemplo, se você está na linha 1 e quer ir da estação Bastille até a Champs-Élysées, deve seguir no sentido La Défense, que é o último ponto daquela direção.
As baldeações (trocas de linha) são bem sinalizadas, e em geral, tudo é bastante intuitivo.

Onde comprar os bilhetes
Você pode comprar os bilhetes diretamente nas máquinas automáticas nas estações (elas têm opção de idioma em inglês), ou nos guichês. O bilhete mais comum é o "Ticket t+", que permite uma viagem de metrô ou RER dentro da zona central de Paris (zonas 1 e 2), e também pode ser usado nos ônibus e trams.
Preço unitário: cerca de €2,15
Carnê de 10 bilhetes: sai mais barato por unidade (cerca de €17,35)
Dica: compre o passe Navigo Découverte (se for ficar mais dias)
Se você vai ficar de segunda a domingo em Paris, vale muito a pena comprar o Passe Navigo Découverte, que é válido por uma semana para todas as zonas (inclusive para ir a Versailles e Disneyland). Custa cerca de €30 por semana, mais €5 pelo cartão físico, e compensa bastante se você for usar bastante o transporte público.
Usabilidade e acessibilidade
As estações mais antigas podem não ter escadas rolantes ou elevadores, o que pode ser um desafio para quem tem dificuldade de locomoção ou está com malas grandes. Mas no geral, o metrô funciona bem, é limpo, seguro e pontual.
Aplicativos que ajudam muito
Citymapper: indica rotas de metrô, ônibus, trem e até bicicleta com precisão.
Bonjour RATP: app oficial do sistema de transporte de Paris, atualizado em tempo real.
Apesar de toda a praticidade do metrô de Paris, vivemos uma situação que merece atenção – especialmente para quem está viajando pela primeira vez para a Europa. Em um dos trajetos, entre duas estações bem movimentadas, percebi que haviam furtado meu celular de dentro da bolsa. Foi tão rápido e discreto que só notei quando já estávamos do lado de fora da estação.
A estação estava cheia, e como muitas vezes acontece, estávamos em pé, bem próximos da porta. Em algum momento da movimentação para entrar e sair do vagão, alguém conseguiu abrir minha bolsa sem que eu percebesse.
Onde nos hospedamos: ibis Paris Tour Eiffel Cambronne 15ème
Para essa viagem, escolhemos nos hospedar no ibis Paris Tour Eiffel Cambronne 15ème, um hotel da rede Accor que entrega exatamente o que promete: praticidade, boa localização e conforto essencial para quem passa o dia explorando a cidade.
O que mais nos atraiu inicialmente foi a proximidade com a Torre Eiffel – dá para ir caminhando em cerca de 15 minutos. A estação de metrô Cambronne (linha 6) fica literalmente na porta do hotel, o que facilitou demais nossa locomoção pela cidade. Além disso, estávamos em uma região tranquila, com mercados, padarias e restaurantes nas redondezas, o que ajuda muito nos momentos em que se quer algo mais prático ou rápido.

O quarto: compacto, mas funcional
Os quartos são pequenos (como a maioria em Paris), mas bem organizados e com cama confortável. Como o nosso foco era aproveitar a cidade ao máximo e usar o hotel basicamente para dormir e descansar, atendeu perfeitamente. O isolamento acústico funcionou bem e conseguimos dormir tranquilos todas as noites, mesmo estando numa região movimentada.
Café da manhã e estrutura
O café da manhã é opcional, e embora cobrado à parte, foi uma boa surpresa. Havia croissants fresquinhos, pães variados, frutas, cereais e bebidas quentes – uma típica experiência francesa logo cedo. A estrutura do hotel ainda conta com um bar e restaurante no térreo, e uma pequena lojinha com snacks e bebidas, o que sempre quebra um galho.
Um ponto a melhorar: elevadores
Como o hotel é grande e recebe muitos hóspedes, os elevadores nem sempre davam conta do movimento, especialmente nos horários de check-in e check-out. Vale se programar com um pouco de paciência nesses momentos.
Nossos passeios favoritos em Paris: os clássicos e os que nos surpreenderam
Paris tem aquele poder de te fazer sentir dentro de um filme o tempo todo. E sim, é verdade: ela é ainda mais bonita ao vivo. Cada rua, praça e monumento tem algo especial, mas alguns passeios realmente marcaram a nossa viagem. Aqui estão os que mais nos encantaram – com dicas práticas para você curtir ao máximo.
Torre Eiffel: imperdível, mesmo que você já conheça
Mesmo sendo um dos cartões-postais mais famosos do mundo, a Torre Eiffel nos emocionou como se fosse a primeira vez. Fomos à tarde e ficamos até o anoitecer, para ver o momento mágico em que as luzes se acendem e ela pisca por cinco minutos a cada hora cheia.
Compramos os ingressos com antecedência pelo site oficial para evitar filas. Subimos até o segundo andar (acesso por elevador), e a vista já é espetacular. O topo é lindo, mas achamos que o segundo nível tem uma vista mais equilibrada da cidade e é mais tranquilo para aproveitar.
Dica: leve um casaco leve mesmo no verão – lá em cima venta bastante.

Compramos os ingressos com antecedência no site oficial, o que foi fundamental para evitar filas longas, especialmente durante a alta temporada.
Valor (junho/2025):
Elevador até o 2º andar: €18,80 por adulto
Elevador até o topo: €29,40 por adulto
Escada até o 2º andar (sem elevador): €11,80 por adulto(Valores variam conforme idade e tipo de acesso)
Reservamos com cerca de 3 semanas de antecedência, o que recomendamos fortemente para garantir o horário desejado. Os horários mais concorridos são no fim da tarde, quando a luz dourada de Paris deixa tudo ainda mais bonito.

Champ de Mars: nosso momento de pausa aos pés da Torre Eiffel
Depois de visitar a Torre Eiffel, decidimos simplesmente parar. Sentar na grama do Champ de Mars, olhar para cima e deixar o tempo passar. E foi aí que tivemos um dos momentos mais gostosos da viagem: sem pressa, sem fila, só Paris e a gente.
O Champ de Mars é o parque que se estende entre a Torre Eiffel e a École Militaire. Com seus gramados largos, alamedas arborizadas e vista livre do monumento mais icônico da cidade, é o lugar perfeito para fazer um piquenique, descansar ou assistir o cair da tarde.
Levamos um lanche simples comprado ali por perto — baguete, queijos, frutas — e estendemos a toalha na grama como tantos outros locais e turistas fazem. A Torre ali, imensa e presente, fazia parte do cenário de um jeito quase íntimo.
O melhor horário para ir
Fomos no fim da tarde, quando o sol começa a baixar e a luz dourada toma conta do parque. Aos poucos, a Torre Eiffel vai ganhando contorno de sombra, e por volta das 22h, começa o espetáculo das luzes que pisca por 5 minutos a cada hora cheia. Ver isso deitado na grama do Champ de Mars, com gente rindo, brindando e a cidade respirando ao redor, foi simplesmente inesquecível.
Dica prática
Leve uma canga ou toalha para sentar na grama;
Há vendedores ambulantes oferecendo vinho, água, souvenirs e cobertores — mas o ideal é levar suas próprias coisas compradas em um mercado próximo;
À noite, fique atento aos seus pertences: o clima é descontraído, mas é sempre bom manter atenção em lugares abertos e movimentados.

Museu do Louvre: um mergulho na arte e na história
O Louvre foi um dos pontos altos da viagem. Reservamos uma manhã inteira para ele, e mesmo assim saímos com a sensação de que precisaríamos voltar outras vezes. Além da Mona Lisa (que é minúscula e vive rodeada de gente), o museu abriga obras impressionantes como a Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia.
Dica quente: compramos ingresso com horário marcado pelo site do museu, o que nos poupou uma fila imensa.
Visitar o Louvre foi como atravessar um portal para séculos de arte e história. É um lugar que intimida pela grandiosidade, mas que também encanta a cada sala, escultura e detalhe. Mesmo quem não é tão ligado em museus acaba se impressionando com a atmosfera do lugar – que é tão monumental quanto as obras que abriga.
Compramos os ingressos com antecedência pelo site oficial, escolhendo um horário específico para entrada. Isso fez toda a diferença, já que evitamos a longa fila da entrada principal da pirâmide, especialmente pela manhã.
Valor (junho/2025): €17 por pessoa no site oficial (entrada com horário marcado)
Reservamos para o primeiro horário do dia (9h), o que nos permitiu explorar as alas mais disputadas com mais tranquilidade. Logo no início, seguimos direto para a Mona Lisa — sim, ela é pequena e vive cercada de gente, mas vê-la ao vivo é um daqueles momentos simbólicos que a gente guarda com carinho. Tiramos a foto e seguimos para outras alas menos concorridas.

Ficamos especialmente impressionados com:
Vênus de Milo: uma das esculturas mais icônicas da antiguidade;
Vitória de Samotrácia: posicionada no topo de uma escadaria, é impossível não parar e admirar;
Galeria de Apolo: onde estão as joias da coroa francesa – uma sala absolutamente deslumbrante.
Dica importante: o Louvre é gigantesco. Se você quiser aproveitar bem, escolha com antecedência quais alas visitar. A entrada permite permanência o dia todo, mas em cerca de 3 a 4 horas já dá para ver as principais obras com calma e sem pressa.
Dica extra: leve uma garrafinha de água e vá com sapatos confortáveis – o piso é grande, com muito vai e vem entre escadas e corredores.
Mesmo depois de sair, a experiência continua: do lado de fora, a Praça do Carrossel e os jardins do Palais Royal são um convite a sentar, descansar e absorver tudo o que vimos lá dentro.

Passeio pelo Sena: romântico e relaxante
Fizemos o passeio de barco pelo Rio Sena no fim do dia, com o céu mudando de cor e a cidade toda iluminada. Foi um dos momentos mais bonitos da viagem. Escolhemos o Bateaux Parisiens, que sai próximo à Torre Eiffel e passa pelos principais pontos da cidade, como o Louvre, Notre-Dame e a Ponte Alexandre III.
Dica: prefira o passeio ao entardecer para pegar a virada do dia para a noite – é mágico.
Entre todas as formas de explorar Paris, navegar pelo Sena é uma das mais encantadoras. A cidade vai se desdobrando diante dos nossos olhos – pontes, monumentos, fachadas históricas – e tudo ganha outra atmosfera quando visto do rio. E se essa paisagem ainda vier acompanhada de um bom vinho e um almoço refinado, melhor ainda.
Optamos por fazer o passeio com almoço a bordo da Bateaux Parisiens, e foi uma das experiências mais gostosas (literalmente!) da viagem.
As opções de passeio pelo Sena
A empresa oferece diferentes tipos de cruzeiro, para todos os bolsos e estilos:
Passeio simples (sem refeição): cerca de 1 hora, com narração dos pontos turísticos, ideal para quem quer algo rápido e econômico (a partir de €18 por pessoa).
Almoço a bordo: experiência mais completa, mas sem o formalismo do jantar. Inclui menu com entrada, prato principal e sobremesa, servido enquanto o barco desliza pelo Sena (a partir de €60 por pessoa).
Jantar com música ao vivo: mais sofisticado, ideal para ocasiões especiais. Dura cerca de 2h30, com menu completo e clima romântico (valores a partir de €79 por pessoa).
Nossa experiência com o almoço a bordo
Escolhemos o almoço de domingo, que começa por volta das 12h45. O embarque foi super pontual, e fomos recebidos com um ambiente elegante, mas leve – perfeito para um passeio à luz do dia. As mesas ficam distribuídas ao longo do salão envidraçado, e todas têm vista para o rio.
O menu incluía entrada, prato principal e sobremesa, com vinho ou suco incluso. A comida surpreendeu pela qualidade: bem apresentada, porções generosas e sabores refinados. Tudo foi servido com calma, acompanhando o ritmo do barco que ia deslizando tranquilamente pelas águas do Sena.
Durante o percurso, passamos por alguns dos nossos cenários favoritos da cidade: a Pont Alexandre III, o Museu do Louvre, o Musée d’Orsay, a Ilha de la Cité com a Notre-Dame, e várias outras pontes históricas.
Foi um momento de pausa na correria turística, que nos permitiu curtir Paris com os olhos e com o paladar ao mesmo tempo. Um programa ideal para quem quer uma experiência diferente, charmosa e com a cara de Paris.
Dica: faça a reserva com antecedência para garantir bons lugares, especialmente próximos à janela. E chegue com pelo menos 30 minutos de antecedência para embarcar sem correria.

Arco do Triunfo: um mirante inesperado com vista inesquecível
O Arco do Triunfo é daqueles monumentos que a gente já conhece por fotos, filmes e livros — mas ver de perto, sentir o tamanho, os detalhes e, principalmente, subir até o topo, é algo que supera qualquer expectativa.
Localizado no coração da Place Charles de Gaulle, no cruzamento de doze avenidas (entre elas a famosa Champs-Élysées), o Arco é imponente e cheio de história. Foi construído por ordem de Napoleão Bonaparte para homenagear os soldados franceses, e até hoje abriga a tumba do Soldado Desconhecido, com a chama eternamente acesa.
Subimos os mais de 280 degraus da escada em espiral — sim, cansa um pouco, mas o visual lá de cima compensa cada passo. A vista panorâmica é uma das mais incríveis da cidade, com destaque para a própria Champs-Élysées de um lado, e o La Défense e a Torre Eiffel despontando do outro.
Valor (junho/2025): €13 por pessoa
Horário: das 10h às 23h (última entrada às 22h15)
Entrada gratuita: para menores de 18 anos e cidadãos da União Europeia com menos de 26 anos
Dica importante: o acesso ao monumento é feito por um túnel subterrâneo – jamais tente atravessar a rotatória a pé! A entrada fica discretamente posicionada nas calçadas ao redor, com sinalização.
Lá em cima, o ambiente é bem mais tranquilo do que em outros pontos turísticos mais populares. Ficamos um bom tempo apreciando a vista, tirando fotos e simplesmente absorvendo o momento.
É um passeio que muita gente subestima, mas que pra gente se tornou um dos mais marcantes da viagem. Pela vista, pela emoção da história e pela sensação de estar literalmente no centro de Paris.

Champs-Élysées: vitrine do mundo e extensão natural do Arco do Triunfo
Se você vai visitar o Arco do Triunfo (e você deve!), aproveite para esticar o passeio pela Avenida Champs-Élysées — um dos endereços mais famosos e elegantes de Paris. Os dois pontos se conectam perfeitamente, e caminhar da base do Arco até a Place de la Concorde é como descer por um tapete histórico e vibrante.
A Champs-Élysées é mais do que uma rua de compras: é um símbolo de Paris, com suas largas calçadas arborizadas, cafés com mesinhas na calçada, vitrines luxuosas e um ritmo que mistura o sofisticado com o turístico.
O que fazer por lá?
Loja da Louis Vuitton: nem que seja só pra olhar a vitrine e admirar o prédio. É um ícone da avenida.
Galerias de marcas internacionais: Zara, Nike, Apple, Lacoste e muitas outras – para quem quer fazer compras, é o lugar ideal.
Ladurée: o famoso salão de chá parisiense, com macarons que são quase uma instituição nacional. A decoração é linda e vale a parada, nem que seja para um café e doce no balcão.
Petit Palais e Grand Palais: mais ao final da avenida, perto da Pont Alexandre III, para quem quiser esticar o roteiro com uma dose de arte e arquitetura.
Dica de roteiro
Nosso conselho: comece o passeio pelo topo do Arco do Triunfo, aproveite a vista e tire suas fotos. Depois, desça com calma e siga caminhando pela Champs-Élysées, aproveitando o clima da cidade. Faça uma pausa em algum café, entre em uma loja, sinta o movimento. A avenida termina na Place de la Concorde, de onde você pode seguir para o Jardim das Tulherias ou o Louvre.
É um passeio que une monumento histórico, charme parisiense e vida urbana intensa, tudo em uma mesma sequência.

Notre-Dame de Paris: nossa visita antes do incêndio que mudou tudo
Tivemos o privilégio de conhecer a Catedral de Notre-Dame por dentro, antes do incêndio de 2019. E essa memória ganhou ainda mais valor com o passar dos anos. Visitar Notre-Dame antes do desastre foi como tocar em séculos de história, arte e espiritualidade.
A catedral impressionava desde o primeiro olhar. As esculturas da fachada, com os apóstolos e criaturas góticas, te faziam parar e observar cada detalhe. E ao entrar, o que mais nos marcou foi o jogo de luzes coloridas que atravessava os vitrais, especialmente a rosácea sul, um espetáculo à parte.
O silêncio dentro da catedral era denso, quase cerimonial. Mesmo cheia de turistas, havia um respeito natural pelo espaço. Lembramos da altura impressionante das naves, do som do órgão tocando suavemente ao fundo, e da sensação de estar dentro de algo sagrado — mesmo sem ser religioso.
Subimos também nas torres, enfrentando os muitos degraus em espiral. Lá do alto, a vista era única: o Sena de um lado, Paris se abrindo em 360 graus, e as gárgulas eternas, olhando a cidade como sentinelas de pedra. Foi ali que tiramos uma das nossas fotos favoritas da viagem.
Hoje, ver a Notre-Dame cercada por tapumes e andaimes nos traz uma mistura de saudade e esperança. Saber que ela está sendo restaurada com tanto cuidado é reconfortante, mas nada substitui a emoção de ter estado lá antes — quando tudo ainda estava intacto.
Se você nunca visitou, inclua no seu roteiro assim que reabrir. E se já conheceu, sabe do que estamos falando: é o tipo de lugar que fica gravado na memória para sempre.

Galeries Lafayette: luxo, vitrais e uma das melhores vistas de Paris
Mesmo que compras não sejam o foco da sua viagem, a visita à Galeries Lafayette Haussmann é mais do que recomendada. O prédio em si é uma obra de arte, e caminhar por seus andares é como visitar um museu do consumo — com arquitetura, design e um charme tipicamente parisiense.
Fomos conhecer por curiosidade, e logo ao entrar, ficamos boquiabertos com o dome de vidro colorido, no centro do salão principal. Esse vitral art nouveau é simplesmente hipnotizante e provavelmente o mais fotografado da loja. A estrutura ao redor, com sacadas de ferro dourado e iluminação natural, é de uma beleza rara — e tudo isso dentro de uma loja de departamentos!
O que tem por lá?
Moda de luxo e marcas internacionais: Chanel, Dior, Louis Vuitton, Balenciaga… mas também marcas mais acessíveis como Levi's, Lacoste e Uniqlo.
Sessão gourmet no subsolo: cheia de delícias francesas, desde queijos até macarons e produtos de pâtisserie de altíssima qualidade.
Espaço beleza e perfumes: com lançamentos e clássicos das maiores marcas, além de atendimento em vários idiomas, inclusive português.
A cereja do bolo: o rooftop gratuito
O que realmente nos ganhou foi o terraço panorâmico, que é gratuito e acessível por escada rolante até o último andar. Lá de cima, temos uma vista lindíssima da Ópera Garnier, da Torre Eiffel ao fundo, da cúpula dos Invalides e de toda a região central de Paris. É um dos lugares mais tranquilos e bonitos para ver a cidade do alto — e quase sempre com bem menos gente que outros mirantes.
Dica: vá no fim da tarde para ver o pôr do sol com Paris aos seus pés — é mágico. E se quiser, há um café no rooftop para curtir a vista com um drink ou lanche leve.
Mesmo que não tenhamos feito compras por lá, sair da Galeries Lafayette foi como sair de uma experiência sensorial completa: um passeio entre luxo, arquitetura e beleza, que só Paris sabe oferecer desse jeito.
A Basílica: branca, imponente e silenciosa
A Sacré-Cœur é uma construção de estilo romano-bizantino, com domos que lembram templos orientais. A entrada é gratuita e o interior da basílica é de uma paz indescritível. O grande destaque lá dentro é o mosaico dourado de Cristo no teto da abside, um dos maiores do mundo.
Mesmo com muitos turistas, o clima lá dentro é silencioso e respeitoso. Ficamos um bom tempo ali, apenas sentindo a energia do lugar.
Para quem quiser ir além, é possível subir até o domo da basílica por uma escada em espiral (com ingresso pago). A vista é ainda mais alta do que a da Torre Eiffel e mostra uma Paris mais extensa, mais cotidiana, menos “postal”.

Os cadeados do amor em Paris: tradição que mudou de lugar, mas não de sentido
Uma das imagens mais famosas de Paris era a da Pont des Arts, repleta de cadeados presos às grades, deixados por casais do mundo inteiro como símbolo do amor eterno. A tradição era simples: o casal gravava seus nomes em um cadeado, o trancava na ponte e jogava a chave no Rio Sena — como quem sela uma promessa.
Quando fomos, ficamos curiosos para ver de perto esse ritual romântico. Mas descobrimos que, desde 2015, os cadeados foram removidos da Pont des Arts por segurança: o peso excessivo ameaçava a estrutura da ponte. As grades originais foram substituídas por painéis de vidro, impedindo que novos cadeados fossem colocados ali.
Mas isso não impediu os apaixonados de continuarem com a tradição! Os cadeados agora aparecem em outras pontes de Paris, como:
Pont Neuf
Pont de l’Archevêché
Algumas grades e corrimões ao longo do Sena
Não é mais tão concentrado quanto antes, mas ainda é possível ver dezenas de cadeados coloridos e com mensagens, muitos deles deixados com carinho e criatividade.

Jardim de Luxemburgo: um dos refúgios mais charmosos de Paris
O Jardin du Luxembourg foi uma grata surpresa em nossa viagem. Mais do que um simples parque, ele tem uma atmosfera elegante, relaxante e extremamente parisiense. Sabe aquele lugar onde você se imagina morando perto e indo todos os dias só para sentar, ler, observar a vida passar? Foi exatamente essa a sensação.
Localizado no 6º arrondissement, entre o Quartier Latin e Saint-Germain-des-Prés, o Jardim de Luxemburgo é frequentado por parisienses de todas as idades. Famílias, estudantes, artistas e casais dividem o espaço de forma natural, criando um ambiente vivo e ao mesmo tempo sereno.
O que fazer por lá?
Sentar nas clássicas cadeiras verdes ao redor do lago central e observar os barquinhos infantis à vela;
Visitar o Palais du Luxembourg (que hoje abriga o Senado francês);
Caminhar pelos canteiros de flores sempre bem cuidados, estátuas e fontes espalhadas pelo parque;
Tomar um sorvete ou café em um dos quiosques do parque;
Visitar o Museu do Luxemburgo, que recebe exposições temporárias interessantes.
Ficamos por lá quase uma hora, apenas descansando. Sentamos à sombra, com uma baguete e um suco natural, observando o vai e vem de pessoas — uma pausa ideal no meio de um dia de passeios.
Como chegar ao Jardim de Luxemburgo
Metrô: a estação mais próxima é Luxembourg (linha RER B), que deixa você praticamente na entrada do parque.
Também é possível chegar caminhando a partir do Pantheon ou do Boulevard Saint-Michel, que ficam bem perto.
Para quem vem da região de Notre-Dame ou do Quartier Latin, dá para ir a pé com facilidade.
Dica: vá em um dia ensolarado, leve algo para beliscar, e simplesmente aproveite a vibe tranquila. É um ótimo lugar para desacelerar e se sentir um pouco mais local.

Caminhar por Paris à noite: quando a cidade vira uma atração por si só
Se de dia Paris é linda, à noite ela é mágica. Iluminada por lâmpadas douradas, com reflexos nas calçadas molhadas ou no rio Sena, a cidade parece mudar de tom, como se colocasse um vestido mais elegante e convidasse você para um passeio silencioso e inesquecível.
Uma das melhores decisões que tomamos foi guardar um tempo todos os dias para simplesmente andar pelas ruas à noite — sem pressa, sem destino fixo. Só andar, olhar, sentir. E, honestamente, foram nesses momentos que Paris nos encantou de forma mais profunda.
Nossos roteiros noturnos favoritos:
Torre Eiffel iluminada: ver a torre piscar a cada hora cheia (a partir das 22h no verão) é como assistir a um pequeno espetáculo gratuito. O Champ de Mars fica cheio, mas o clima é leve, quase festivo.
Pont Alexandre III e margem do Sena: um dos lugares mais românticos da cidade. Caminhar por ali com as luzes refletindo no rio e os monumentos iluminados ao fundo é uma experiência cinematográfica.
Ilha de la Cité e a Notre-Dame: mesmo em restauração, a área da catedral fica belíssima à noite. Os arredores são silenciosos e poéticos, com pontes charmosas e pouca movimentação.
Rue de Rivoli, Louvre e Palais Royal: a fachada do Louvre toda iluminada, com as pirâmides refletindo no espelho d’água, é algo que merece ser visto depois que os turistas já foram embora.
Montmartre à noite: se estiver disposto a encarar a colina mais uma vez, a vista da cidade iluminada do alto da Sacré-Cœur é linda e o bairro ganha um ar mais introspectivo.

Comer bem (e com equilíbrio) em Paris: nossa experiência com a gastronomia francesa
A gastronomia é um capítulo à parte em Paris. Comer bem por lá é quase inevitável — mesmo nos lugares mais simples, a comida costuma ser saborosa, bem apresentada e feita com bons ingredientes. Mas sim, os preços podem assustar, especialmente em regiões turísticas. Por isso, fomos equilibrando experiências: alguns mimos gastronômicos, outros dias de refeições rápidas e práticas.
Quanto custa comer em Paris?
Café da manhã (petit-déjeuner): geralmente croissant, café e suco. Em cafés de rua, custa em média €7 a €10 por pessoa.
Almoço (menu formule): muitos bistrôs oferecem o famoso menu do dia, com entrada + prato principal (ou prato + sobremesa) por cerca de €15 a €20. Nos mais turísticos, esse valor sobe para €25-30.
Jantar: refeições completas em restaurantes tradicionais saem em média €25 a €40 por pessoa, sem bebida alcoólica. Mas com vinho e sobremesa, pode passar fácil de €50.
Sanduíches ou saladas prontas em mercados: uma ótima opção para economizar, com valores de €5 a €8, ideais para piqueniques ou lanches no hotel.
Como economizar com comida em Paris (sem abrir mão do sabor)
Aposte nos menus fixos do almoço: eles são mais baratos e muitas vezes oferecem pratos tradicionais por um ótimo custo-benefício.
Faça piqueniques: comprávamos queijos, pães, frutas e vinhos em mercados como o Monoprix ou pequenas épiceries e comíamos nos parques. Além de romântico, era leve no bolso.
Evite restaurantes na frente de pontos turísticos: geralmente são mais caros e menos autênticos. Ande uma ou duas ruas e os preços já caem.
Padarias e boulangeries são paraísos acessíveis: com menos de €5, você come um sanduíche de baguete fresquinho ou uma quiche deliciosa.
Bistrôs de bairro: nossos favoritos! Menus enxutos, comida de verdade e ambiente acolhedor — sem o glamour turístico, mas com muito sabor.


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